Crise do algodão afeta indústria de confecções e fardamentos
Em sua primeira edição, a Texfair Home, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de fevereiro, em Blumenau (SC), foi palco de importante discussão para o setor têxtil e de confecção brasileiro. Na abertura do evento, o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn e o diretor superintendente da ABIT, Fernando Pimentel, discutiram junto à imprensa o desabastecimento de algodão no mercado mundial. A Feira é o primeiro encontro do setor após o início da crise desta matéria prima.
“Logo no primeiro dia do evento, os estandes e os corredores estavam lotados. Com isso, pudemos perceber que esta crise é um processo que mistura realidade com ações especulativas. Sem dúvida, este problema refletirá no custo final dos produtos e, mesmo com a regularização do fornecimento, entraremos em um novo patamar de preços. Não vamos ter mais algodão barato como antes, mas precisamos manter o produto vivo e rentável e, para isso, precisamos criar mecanismos competitivos”, afirmou Kuhn.
Para o empresário, ações como o aumento dos limites e a criação de novas linhas de financiamento, juntamente com uma forte política de desoneração fiscal, aliada ainda à implantação de um mercado futuro no Brasil, poderão incrementar as retomada dos negócios e o crescimento do setor.
Ouro Branco
O executivo da ABIT, Fernando Pimentel, ressaltou o potencial brasileiro na produção desta commodity, denominando-a de ouro branco. “Atualmente, temos quantidade, qualidade e inserção global, mas temos que ficar atentos para que os produtos originários dessa matéria-prima também possam gerar riquezas. Não podemos correr o risco de exportar demais e depois ter que importar um produto final, já com valor agregado”, alertou.
Segundo Pimentel, a safra 2011 deve somar dois milhões de toneladas, praticamente o dobro do volume produzido no ano passado. Até 2015, a expectativa é alcançar uma média de 3,5 milhões de toneladas/ano. Dentre as medidas já negociadas com órgãos governamentais visando minimizar os efeitos da crise do algodão, o diretor da ABIT destacou ainda a liberação da importação de 250 mil toneladas de algodão totalmente isenta de impostos.
Fonte: ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção